Inicio este artigo com uma provocação: Você acha que a Havaianas está na Europa porque é uma gigante? Ou será que ela se tornou uma gigante justamente porque está na Europa?

Eu vou te contar: a segunda opção é a verdadeira. E isso deveria acender um alerta aí dentro de você, empresário que sonha em subir um degrau a mais, escalar o seu negócio e deixar um legado.

A internacionalização não é apenas para empresas grandes — ela é o caminho para se tornar grande.

“Mas e a crise?” — você pode me perguntar. É na crise que muitos crescem. Foi assim que:

A crise é o terreno fértil onde mentes ousadas constroem impérios. A diferença? Alguns enxergam problemas. Outros enxergam o mundo inteiro como oportunidade.

Quando uma empresa brasileira decide dar o salto para o mercado europeu, a escolha do país de entrada não pode ser feita apenas com base na “beleza do destino” ou na afinidade cultural — embora esses fatores ajudem. É uma decisão estratégica que impacta tributação, logística, competitividade e até a velocidade de expansão.

A Espanha, nesse cenário, reúne atributos que vão muito além da proximidade linguística e cultural. Ela oferece um pacote de vantagens jurídicas e fiscais que, quando bem estruturadas, podem transformar completamente o posicionamento de uma empresa no mercado europeu.

Primeiro ponto: o Tratado Brasil–Espanha para Evitar a Dupla Tributação. Isso significa que lucros, dividendos e rendimentos gerados na Espanha não serão tributados novamente no Brasil de forma integral — é possível compensar o imposto pago lá, trazendo previsibilidade e segurança fiscal.

Segundo ponto: regimes fiscais diferenciados como a Zona Especial Canaria (ZEC), onde empresas qualificadas pagam apenas 4% de imposto sobre sociedades, e o ETVE (Entidad de Tenencia de Valores Extranjeros), um regime de holding que permite isenção sobre lucros e dividendos recebidos de subsidiárias no exterior — e, muitas vezes, também na distribuição para sócios não residentes.

Terceiro ponto: incentivos robustos à inovação. A Espanha concede créditos fiscais de até 42% sobre gastos com P&D e inovação tecnológica, favorecendo empresas que investem em desenvolvimento, modernização e transformação digital.

Quarto ponto: posicionamento geográfico privilegiado. A partir da Espanha, sua empresa terá acesso pleno ao mercado europeu sem tarifas alfandegárias, além de rotas logísticas estratégicas para o Norte da África e conexões diretas com a América Latina.

Tudo isso somado ao apoio institucional de programas como o ICEX España Exportación e Inversiones, que oferecem suporte técnico e até financiamento para empresas que se instalam no país.

Para a empresa brasileira que busca não apenas exportar, mas construir presença sólida e competitiva na Europa, a Espanha pode ser muito mais que um ponto no mapa. Com a estrutura societária certa — e aqui entra o trabalho estratégico do advogado internacionalista — ela se torna um hub fiscalmente eficiente, juridicamente seguro e logisticamente imbatível.

A internacionalização não é sobre “abrir uma empresa lá fora”. É sobre abrir o caminho certo, no lugar certo, com a estrutura certa. E a Espanha, para muitos setores, é exatamente essa porta.

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