Com o desenvolvimento do comércio internacional e da economia global, o mundo ficou “maior” para os empresários. Hoje em dia, donos de empresas não precisam mais atuar apenas em um único país.
É possível exportar de forma rápida para outras nações, fazer parcerias com negócios internacionais e até montar filiais pelo mundo. É aí que entra o processo de internacionalização de empresas.
O que é internacionalização de empresas?
Em resumo, internacionalizar uma empresa significa levar o negócio – ou apenas produtos e serviços – para outros países. Esse processo teve início no mundo entre as décadas de 70 e 90, de acordo com este artigo.
No Brasil, por exemplo, uma empresa que internacionalizou naquela época foi a siderúrgica Gerdau. Hoje, a multinacional está presente em 12 países, de acordo com o site institucional do grupo.
Diversos fatores ajudaram a impulsionar a expansão dos negócios brasileiros mundo afora. Alguns deles, segundo os professores Célio Hiratuka e Fernando Sarti, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), foram os seguintes:
- Melhoria das condições financeiras das empresas brasileiras;
- Valorização da moeda nacional a partir do plano real;
- Políticas do governo feitas por meio de operações de empréstimo e capitalização do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Sustentável).
Por que internacionalizar a sua empresa?
Ganhar competitividade, gerar receita, aumentar negócios no exterior, virar uma marca global…A internacionalização oferece diversos benefícios às empresas. O Brasileuro separou alguns dos principais:
- Conquista de novos mercados: a diversificação de mercados pode ser crucial para que a empresa adquira maior estabilidade e segurança;
- Aumento de receitas: esse é o mais comum dos benefícios. Com a internacionalização, é possível que as empresas potencializem o seu faturamento;
- Diversificação dos riscos: como a operação estará em outros países, os riscos são menores em momentos de crise. Assim, a operação não fica limitada ao território nacional;
- Presença global: a marca passa a ter maior reconhecimento fora do território nacional. Pode, inclusive, ser conhecida globalmente, bem como se tornar referência. Além disso, também é possível o aumento do valor da marca pela presença internacional;
- Economia de escala: com a internacionalização, é possível que as empresas realizem a economia de escala. Ou seja, é possível reduzir os custos dos produtos, visando maior lucro. Isso ocorre porque, apesar do aumento da produção, não há aumento do custo da fabricação dos produtos.
Tipos de internacionalização de empresas
Existem diversas formas e modelos de internacionalização de empresas, de acordo com o Sebrae. Há quatro, no entanto, do ponto de vista estratégico. São eles:
Internacionalização de empresas – Licenciamento
Esse modelo de internacionalização diz respeito à concessão de direito de uso para empresas estrangeiras. Dessa forma, elas podem explorar patente, segredo comercial ou marca. Em contrapartida, há o pagamento dos royalties. Tudo é feito em contrato, claro.
Internacionalização de empresas – Franquia
É considerada uma forma mais detalhada e atualizada de licenciamento. Esse modelo de negócio consiste, basicamente, em um sistema de comércio de penetração em mercados estrangeiros, feito por meio de acordos contratuais. O proprietário de uma marca, no caso, cede à outra pessoa o direito de vender e distribuir seus produtos, sua marca e sua patente, em troca do pagamento de royalties.
Internacionalização de empresas – Joint venture
De maneira resumida, a joint venture é a união de duas ou mais empresas. O objetivo é iniciar ou realizar uma atividade econômica comum, por um determinado período de tempo, visando, por exemplo, lucro.
Internacionalização de empresas – Subsidiárias
Consiste na abertura de filiais em outros países. A filial pode optar por começar do zero, como fez a empresaria brasileira que vende tapiocas. Pode também adquirir uma companhia já existente. Essa modalidade representa o nível mais alto no que diz respeito ao comércio exterior, já que corresponde a um alto grau de controle da empresa sobre o processo de acesso a outros mercados.
Como iniciar o processo de internacionalização?
Há alguns passos para internacionalizar uma empresa e preparar o negócio para ganhar mercado externo. O Ministério da Economia fez uma cartilha bem interessante com dicas para quem quer internacionalizar. Fizemos um resumo dos principais pontos.
Cinco primeiros passos para internacionalizar uma empresa
- Estudar o mercado: a análise de mercado que você deseja atuar é crucial antes da abertura de novos empreendimentos no exterior. Por meio dessa análise, por exemplo, é possível descobrir e conhecer a fundo os potenciais clientes. Além disso, esse estudo “pré-internacionalização” mostra também os concorrentes. Para completar, estudar o mercado pode auxiliar no desenvolvimento de estratégias para atender às demandas, bem como ajudar o empreendimento a diminuir custos.
- Planejar-se: a internacionalização deve ser vista enquanto parte estratégica da empresa. A atividade envolve a avaliação do mercado exterior em que pretende atuar, bem como os objetivos almejados, e também a capacidade da empresa em realizar atividades em mercados estrangeiros.
- Informar-se: O levantamento de possíveis mercados compradores no exterior é crucial para a realização e o sucesso das vendas da empresa. Para isso, a dica é usar o Siscoserv, sistema que oferece dados acerca do comércio exterior de serviços. Nele, é possível que as empresas identifiquem e analisem informações sobre os mercados-alvo para suas exportações.
- Cuidado com barreiras de acesso: é importante se atentar às eventuais restrições e lei dos países. Nessa etapa, também é recomendado verificar se existem acordos comerciais com o país para o qual se pretende exportar.
- Conheça a tributação: verifique que tipos de tributações há no país e como isso pode interferir no seu negócio. Isso vale para qualquer tipo de internacionalização que você pretenda fazer.
Mais quatro dicas para internacionalizar uma empresa
- Definir um alvo para o negócio: além de analisar o mercado em que se deseja atuar, é essencial identificar e conhecer mais a fundo os segmentos do mercado que são o alvo do seu negócio. O segmento de mercado almejado deve ser aquele em que exista uma demanda para o que é oferecido. Isso deve ser definido a partir das características do consumidor e do serviço em si. Assim, a empresa deve adequar os seus serviços respeitando as exigências do mercado-alvo.
- Analisar a concorrência: analisar as empresas que atuam no mesmo mercado alvo em que se deseja inserir é de extrema importância. Deve-se verificar de que maneira elas se organizam, bem como os seus processos. É importante também verificar os pontos fortes e fracos dessas empresas. Com isso, a ideia é definir critérios comparativos entre o serviço que será prestado por sua empresa e a concorrência já existente.
- Estabelecer preços justos: é importante definir os preços de venda dos serviços e dos produtos da sua empresa. Eles precisam ser competitivos. Vale ressaltar que os preços estabelecidos devem estar entre os tetos mínimo e máximo dos concorrentes. Se ficar fora dessa faixa de competividade, pode ser que haja prejuízos para o empreendimento.
- Registrar sua marca: a principal finalidade do registro de marca é garantir o seu uso exclusivo na identificação e realização de atividades. Isso vale tanto para a comercialização no mercado nacional, quanto para o comércio exterior. O registro de marca também impede o seu uso indevido e desautorizado. Por fim, o empreendedor que optar por exportar os seus serviços ou internacionalizar a empresa, deve registar a marca internacionalmente.
Quem pode te ajudar no processo de internacionalização?
No Brasil, a Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) pode dar uma mão para empresários que desejam fazer a internacionalização de negócios. O Sebrae também pode dar uma ajuda, em especial para pequenas empresas e microempresários individuais.
*Texto produzido com colaboração do redator Thiago Vergara.